Sobrevoando o Cristo Redentor

Por Marcelo Rambo – Sobrevoando o Cristo Redentor

Na prática o relevo influencia da seguinte forma. Nossa área de vôo está localizada no hemisfério Sul (latitude de +/- 23º S), desta forma, a grosso modo, entre outubro e março o Sol está irradiando as faces Sul das cordilheiras, entre abril e setembro está irradiando as faces voltadas para Norte.

Este aspecto, associado com às variações térmicas de cada período do ano, com o regime predominante dos ventos na região e com a variação da pressão atmosférica, determina as melhores épocas de vôo em São Conrado.

Meteorologia é uma ciência complexa, não vou me atrever a explicá-la e como influencia o micro-clima de São Conrado.



Nossa área de vôo sofre efeitos da maritimidade, isto acarreta uma circulação de ventos do mar para o continente, que em São Conrado varia entre Sudeste, Leste e Nordeste, principalmente entre o nível do mar até 300 m de altitude.

Acima deste nível, o vento já sofre influências da continentalidade, predominando entre Nordeste e Norte.

Dentro da bacia de São Conrado, muitas vezes o vento muda de direção influenciado pelas elevações e pelas térmicas.

É por causa disto que é possível decolar de Nordeste, apesar da rampa estar na direção Sudeste.

A passagem das frentes frias pelo litoral do Rio de Janeiro determina alterações na direção dos ventos na região. De uma maneira geral o vento roda sempre no sentido anti-horário.

Sobrevoando o Cristo Redentor RJ

Partindo da direção predominante Leste/Nordeste, o vento vai rodando para Norte (normalmente associado a áreas de alta pressão atmosférica no interior), com a aproximação de uma frente fria o vento roda para Noroeste/Oeste (normalmente associado a uma queda de pressão atmosférica).

A entrada da frente ocorre com vento Sudoeste (com a elevação da pressão), girando em seguida para o quadrante Sul, Sudeste, até retornar ao predominante Leste/Nordeste.

A temperatura, a umidade do ar e a pressão também exercem influências diretas no vôo em São Conrado.

Apesar da maritimidade amenizar a variação de temperatura, a chegada de massas de ar frio após a passagem de frentes, aumentam o gradiente térmico (a diminuição de temperatura quando se sobe na atmosfera), contribuindo para térmicas mais fortes atingindo maiores altitudes.

A pressão atmosférica, associada à temperatura e à umidade, determina a altitude em que são formadas as nuvens, que no caso da nossa área de vôo, varia entre 500 a 1500m.



Vamos ao que interessa, como ir ao Cristo

Vou dividir pelas condições em que normalmente se chega na estátua. – Condição de Sudoeste (SW) fraco: Acontece logo após a passagem de uma frente fria.

É a condição mais fácil de se chegar ao Cristo pois o vento está de cauda com a direção de vôo, em compensação, é volta é bastante complicada, com este vento normalmente é ida sem volta e pouso no Jóquei.

O vento SW não pode estar muito forte, porque fica complicado para decolar.

Ao decolar tente ganhar altura perto da Agulhinha para se afastar do rotor da Gávea, em seguida vá para o Cochrane onde é mais fácil ficar alto.

Quando estiver mais alto que o Cochrane vá para as torres de alta tensão da Rocinha, alí normalmente existem térmicas que permitem alcançar 1000m, elas já derivam na direção das torres de TV do Sumaré, evite cruzar para as torres com menos de 800m, porque vc vai chegar baixo no Sumaré e terá dificuldade para prosseguir.

Na frente do Sumaré existe um banquinho onde geralmente bomba, ganhe altura aí (ideal 1000m), siga para o Cristo acompanhando a cordilheira pelo lado da Lagoa, na estátua normalmente existe um lift de SW.

Para voltar, eu prefiro tirar na direção do Jóquei, contra o vento, tentando alcançar as térmicas que se formam no rotor do Dois Irmãos, algumas vezes existe um “cloud street” formado pelo rotor que facilita o vôo.

Se merrecar vc tem a opção do pouso no Jóquei. A passagem pelo Dois Irmãos e sobre a Rocinha é complicada por causa do rotor e do vento que é acelerado pelo venturi da Rocinha.



Uma boa opção é ganhar no rotor e passar sobre o Vidigal e a Av. Niemeyer

É um vôo bastante trabalhado. – Condição de Sul/Sudeste (S/SE): Ela acontece um ou dois dias após a passagem da frente fria.

É uma condição em que o vento não influi muito, tanto na ida como na volta, tornando o vôo bastante térmico.

Normalmente esta condição ocorre, com mais freqüência, nos meses de novembro e março, quando o sol está no quadrante Sul e o gradiente térmico está elevado, facilitando a formação das térmicas nas encostas voltadas para o mar.

O caminho é parecido com o de SW. Cochrane, torres da Rocinha (cruzar com 1000m), banquinho do Sumaré e seguir pela cordilheira até o Cristo.

Existe uma variação de seguir das torres da Rocinha direto ao Cristo, sobre a cordilheira da Gávea, quando existe térmicas que brotam das encostas soleadas, é um vôo mais técnico.

Para voltar tem que se retornar ao banquinho do Sumaré e tirar (1000m) para as torres da Rocinha, é necessário estar atento porque algumas vezes com vento S/SW ocorre o venturi sobre a Rocinha, caso vc fique na roubada tem como opções de pouso a Escola Americana e o estacionamento da PUC.

Existe a alternativa de se voltar sobre o Jóquei, como de SW, quando existe o “cloud street”do Dois Irmãos, quando isto acontece é uma volta imperial. – Condição de Leste/Nordeste (E/NE)

É o vôo mais técnico para o Cristo porque tem que se voar contra o vento para se chegar lá.

Normalmente tem que se batalhar térmicas sobre a cordilheira da Gávea, daí tirar para o banquinho do Sumaré, alí existe um rotor onde normalmente bomba tudo quando está E.

Nesta condição é fácil ficar mais alto do que as torres de TV, seguindo-se sobre a cordilheira até o Cristo. Este vôo é bastante condicionado pela posição do Sol.

Quando está no setor Sul, o vôo será pelas encostas voltadas para o mar desde o Cochrane, tem que estar atento para procurar as térmicas na transição sobre a cordilheira da Gávea, é o ponto chave do vôo.

Quando o Sol está no setor Norte o vôo será pelo rotor do Cochrane, passando sobre o vale da Gávea Pequena em direção ao Queimadinho (junto a primeira antena no Sumaré), onde normalmente se encontra as térmicas formadas nas encostas voltadas para a Tijuca.

É farofa total!! Voa-se o tempo todo sobre a cordilheira do Sumaré com teto superior a 1000m até o Cristo.

A volta nessa condição é bastante facilitada porque se retorna com vento de cauda.

Na maioria das vezes existe uma térmica de plantão no estacionamento do Cristo onde é possível chegar a 1400m. Acima de 1100m pode-se tirar direto para as torres da Rocinha.



Caso não consiga esta altitude, retorne as torres de TV e de lá vá para a Rocinha.

– Condição de Norte (N) fraco: É o vôo mais técnico para o Cristo. Tem que se ganhar altura em térmicas na frente da rampa para passar sobre a Bonita e buscar as térmicas que brotam nas encostas voltadas para N. Existe a opção de se jogar pelo ralo da Bonita e tentar encontrar algo do outro lado (o pessoal casca grossa da asa gosta disto).

Eu, particularmente, nunca tive coragem para tentar, sempre passei sobre a rampa de N e engatei no vale da descida da estrada do Alto da Boa Vista.

A partir daí o vôo é sobre a cordilheira do Queimadinho e Sumaré até o Cristo, nesta condição o teto é sempre acima de 1000m.

Agora se merrecar!!! Existe um campo de futebol perto do Colégio Santa Marcelina, uma caixa d’água próximo à Usina e a piscina do Clube Montanha.

Para acabar aí vão algumas estatísticas que tenho dos dias em que deu Cristo para parapente nos últimos seis anos:

Fev: 07
Mar: 09, 14, 17, 27,28 e 29
Abr: 02, 04, 11, 21, 23 e 25
Mai: 09, 12, 14, 16 e 27
Ago: 04, 11 e 17
Out: 11
Nov: 19, 21, 23 e 30
Dez: 18.

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